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“Uma contribuição lindíssima e fundamental à verdadeira cultura afro-brasileira” 

Pra Gira Girar lança segundo single em homenagem aOs Tincoãs pela editora Amor in Sound: Deixa a Gira GirarProduzido por Mario Caldato Jr. e Kassin, o clássico de 1973 regressa numa nova versão​

O projecto Pra Gira Girar, formado por Alvaro Lancellotti, Michele Leal, Alan de Deus, Pedro Costa, Zé Manoel, Zero Telles (in memoriam), Diego Gomes, Kassin e Ana Magalhães, lança seu segundo single, Deixa a Gira Girar. O tema dá continuidade ao percurso aberto com Atabaque Chora e antecipa o álbum que reúne recriações do repertório do trio baiano Os Tincoãs, ainda sem data de lançamento.

A canção, composta por Heraldo Costa Bouzas, Mateus Aleluia Lima e Grinaldo Salustiano dos Santos, foi apresentada em 1973 no disco Os Tincoãs. Inserida no universo das tradições afro-brasileiras, evoca a “gira” como movimento de corpo e espírito, como rito de encontro colectivo e celebração da ancestralidade. Tornou-se uma das faixas mais lembradas do grupo, atravessando gerações e preservando a ligação entre canto, ritual e memória.

Na nova versão, o núcleo do projecto – formado por Alvaro Lancellotti, Michele Leal, Alan de Deus e Pedro Costa – aprofunda o trabalho nos arranjos vocais, transcrevendo-os e recriando-os na formação actual, que passa a incluir também uma voz feminina. A gravação conta com a participação de Diogo Gomes no trompete e dos percussionistas Ana Magalhães e Zero Telles (in memorian), que reforçam a pulsação rítmica da obra dOs Tincoãs. A direção musical de Pedro Costa estrutura esses elementos, enquanto a produção de Kassin e Mario Caldato Jr., também responsável pela mistura em Dolby Atmos, dá corpo ao registro lançado pela editora Amor in Sound, de Samantha e Mario Caldato Jr.

O radialista e produtor Adelzon Alves, referência na divulgação da música popular brasileira e produtor d’Os Tincoãs, sublinha que o projecto reafirma a fidelidade dos arranjos e prolonga uma resistência cultural afro-brasileira. Lembra ainda que “este é o verdadeiro gospel dos cantos negros, da religião negra que Os Tincoãs trouxeram do Recôncavo baiano” e que esses cantos, tal como os tambores transformados em baterias das escolas de samba, se entranharam na alma do povo brasileiro.

Ouça aqui:

https://orcd.co/deixaagiragirar

SOBRE PRA GIRA GIRAR

O projecto Pra Gira Girar celebra a obra do trio baiano Os Tincoãs, que entre as décadas de 60 e 70 lançou quatro discos. Em entrevista ao jornal O Globo em 2017, Mateus Aleluia afirmou que “o tempo é o que o próprio tempo determina”, revelando os caminhos da música do grupo de que foi um dos fundadores. O tempo, inclusive, trouxe certo adormecimento da história construída pelo trio. Nesse sentido, é o próprio tempo que se encarrega de remexer as bases dessas memórias através de músicos que, influenciados pelo trabalho do grupo de Cachoeira, investigam novos caminhos para o afro-barroco erguido por Mateus Aleluia, Dadinho e companhia.

Foi nesse contexto que Alan de Deus, Álvaro Lancellotti, Michele Leal e Zé Manoel se reuniram para redescobrir cantos possíveis para o canto fundador d’Os Tincoãs. Sem tratar a música de origem africana como exotismo ou mera matéria de pesquisa, mergulharam em estudos vocais para revisitar a obra do trio, reconstruindo arranjos de grande beleza. A eles juntou-se Pedro Costa (guitarra), que rearranjou cada uma das músicas, preservando a criação do grupo baiano mas acrescentando a delicadeza da sua guitarra, assinando assim a direcção musical do projecto. Na gravação das faixas, completaram ainda o grupo Diogo Gomes (trompete), Kassin (baixo) e Anna Magalhães e Zero Telles (in memoriam) nas percussões (atabaque, congas, agogô, caxixi e ganzá). Juntos, redesenharam os espaços harmónicos, relendo com vigor canções dos quatro álbuns do grupo — uma celebração para que o passado se faça presente.

Pra Gira Girar já actuou em diversas salas importantes do cenário cultural carioca, como Sesc Copacabana, Sesc Ramos, Teatro Ipanema, Manouche, além dos eventos MAR de Música – Museu de Arte do Rio e Maré de Música, entre outros. Gravou ainda o programa Sem Censura da TV Brasil e uma entrevista para o Canal Curta.

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